Hortolândia lança Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional

Tema foi debatido também, durante II Encontro Regional realizado no plenário da Câmara Municipal, nesta quinta-feira (11/12)

A segurança alimentar e nutricional foi tema de dois importantes eventos promovidos pela Prefeitura, nesta semana. Ambos organizados pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia. Confira:

  • Foi lançado, na noite desta quarta-feira (10/12), o 1º PLAMSAN (Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional), documento que orientará as políticas de segurança alimentar no município entre 2026 e 2029.
  • Hortolândia sediou, nesta quinta-feira (11/12), o II Encontro Regional de Segurança Alimentar e Nutricional, fórum de debates sobre políticas públicas, sustentabilidade, produção de alimentos, consumo consciente e estratégias para o fortalecimento da segurança alimentar.

Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional

O lançamento do 1º PLAMSAN  aconteceu no Cine Teatro “Augusto Boal”, no Jd. Amanda, e reuniu cerca de 60 participantes, entre autoridades públicas, conselheiros e representantes da sociedade civil. De acordo com o Departamento de Segurança Alimentar, a versão digital do Plano estará disponível no início de 2026 no site oficial da Prefeitura.

A apresentação técnica do Plano foi conduzida pelo nutricionista do Departamento de Segurança Alimentar, Marcos Vinicius Salomão Tiritan. Ele detalhou a estrutura do documento, diretrizes, metas e indicadores, além do contexto histórico da política municipal. O documento, com mais de 100 páginas, estabelece objetivos prioritários para os próximos quatro anos. 

Metas estratégicas do PLAMSAN para o período 2026–2029:

  • Destinar pelo menos 45% dos recursos da alimentação escolar para a compra de alimentos da agricultura familiar;
  • Implantar uma Unidade Municipal de Processamento de Alimentos para reduzir desperdícios e ampliar a oferta;
  • Garantir fornecimento de refeições durante as férias escolares a partir de 2026;
  • Implementar o Programa Municipal de Hortas (urbanas, escolares e comunitárias);
  • Criar um Protocolo Municipal para emergências climáticas e sanitárias, visando proteção das populações mais vulneráveis.

A construção do PLAMSAN começou no final de 2024 e envolveu um amplo processo de participação, incluindo consulta pública entre 21 de agosto e 21 de setembro de 2025, que permitiu contribuições da população. 

A iniciativa integra diferentes áreas da gestão pública e da sociedade civil, fortalecendo programas já existentes e propondo novas ações para garantir acesso à alimentação justa, saudável e sustentável. Os trabalhos foram conduzidos pela CAISAN (Câmara Intersetorial Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional), com apoio da Comissão de Elaboração do Plano, formada por profissionais do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional, da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia e de outros órgãos da Administração, evidenciando o caráter intersetorial e colaborativo da política.

“O PLAMSAN é a materialização de um esforço coletivo. Meu agradecimento vai a todos os profissionais que trabalharam incansavelmente nesta construção. Este é um passo fundamental para fortalecer o direito à alimentação em Hortolândia”, afirmou a diretora do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional, Alessandra Sarto.

O secretário adjunto de Educação, Ciência e Tecnologia, Renato Muccillo, também ressaltou o trabalho coletivo envolvido na elaboração do documento. “É uma honra trabalhar com o Departamento de Segurança Alimentar e acompanhar de perto o compromisso e a dedicação que a equipe coloca em cada etapa desse processo. Aprendi muito com os desafios que enfrentamos juntos e hoje estou muito feliz em celebrar mais uma conquista tão importante para a nossa cidade”, afirmou Muccillo.

Já o secretário de Saúde, Dênis André José Crupe, reforçou a importância estratégica do PLAMSAN: “Este lançamento marca um divisor de águas. Segurança alimentar não é responsabilidade de uma única secretaria, mas um compromisso compartilhado por Saúde, Educação, Inclusão e Meio Ambiente. É essa união que nos permite construir políticas robustas, capazes de garantir acesso à alimentação e melhorar a qualidade de vida dos nossos munícipes”, afirmou Crupe.

II Encontro Regional de Segurança Alimentar e Nutricional

Hortolândia também foi palco, nesta quinta-feira (11/12), do II Encontro Regional de Segurança Alimentar e Nutricional. Com o tema “Da terra ao prato e de volta à terra: caminhos sustentáveis para a segurança alimentar”, o evento aconteceu no plenário da Câmara Municipal, no Pq. Gabriel, e reuniu cerca de 50 pessoas, dentre elas representantes de outras três cidades paulistas – Campinas, Sumaré e Leme. 

O prefeito José Nazareno Zezé Gomes abriu os trabalhos, destacando a importância que o tema tem para o atual governo.

“Esse debate não é só nosso, é do mundo. A  questão da segurança alimentar tem que ser um ponto de pauta número um para que toda a cidade e todo o país possam discutir isso e erradicar de vez a questão da fome. Quando a gente fala da fome fala também de comer bem, de se alimentar bem, para evitar várias doenças, e a segurança alimentar passa por tudo isso. Se a gente puder usar cada pedacinho que nós temos para poder produzir alimento, com certeza, é menos gente passando fome e, com certeza também, as pessoas vão ter alimento de qualidade”, ponderou Zezé Gomes.

Os secretários de Educação, Ciência e Tecnologia, Simone Locatelli (titular) e Renato Muccillo (adjunto), deram as boas vindas aos participantes e reforçaram a relevância do tema, tanto para a rede municipal de ensino, onde acontece a maior política pública da área, a alimentação escolar, quanto para toda a cidade, que se beneficia das demais ações e programas voltados ao tema, tais como as do Banco de Alimentos, do CREAN (Centro de Referência em Educação Alimentar e Nutricional)/Cozinha Escola, da educação alimentar e nutricional e do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) da agricultura familiar.

No início dos debates, Alessandra Sarto apresentou as “Ações do Departamento de Segurança Alimentar de Hortolândia: uma política pública em construção”, e mostrou de que modo as políticas públicas do município contribuem para a fazer esse enfrentamento da questão da segurança alimentar e nutricional.

“Temos o PLAMSAN, que foi lançado ontem e começa a trabalhar toda a intersetorialidade. Hortolândia tem trabalhado isso nas ações do meio ambiente, do próprio Departamento de Segurança Alimentar, nas de inclusão social e da saúde. Hortolândia trabalha dessa forma, com ações concretas, seja o plantio de árvores, sejam ações de geração de renda ou de hortas solidárias. Dessa forma vem crescendo o trabalho de segurança alimentar no município”, explicou Alessandra.

Ao longo do dia, o evento também trouxe uma apresentação sobre “O potencial das PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) na Segurança Alimentar”, com Osmar Mosca (CATI Campinas); um painel sobre “Ocupação do espaço urbano e possíveis intervenções’, com Evandro Bragança (Projeto Verde Urbano), Ercindo Mariano Júnior (Tesoureiro do Instituto Verde Urbano) e dois diretores da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Climáticos de Hortolândia, Ricardo Zanoni (Educação Ambiental) e Tainá Ferreira (Assuntos Climáticos). 

Ao final, houve uma mesa de discussões sobre compostagem com Guilherme Lazaroto (Engenheiro Agrônomo e Produtor Rural), Nina Publio (MB Engenharia e Meio Ambiente) e Salomão Vieira Gomes (Agente Administrativo – Prefeitura de Campinas), intitulada  “Fechando o ciclo: compostagem de forma simples e eficaz”.