Coletânea “Território de Saberes e a Escola-Outra” é apontada como referência nacional em formação para gestores, validando a abordagem da cidade sobre “territórios educativos”
O trabalho coletivo e a produção intelectual dos educadores da rede municipal de Hortolândia receberam um importante reconhecimento do MEC (Ministério da Educação). O livro “Território de Saberes e a Escola-Outra: a educação como conceito de integralidade”, que reúne produções dos profissionais da cidade, foi incluído como indicação de leitura em um material de formação do “Programa Escola em Tempo Integral” do Governo Federal.
O documento do MEC, intitulado “Módulo 2: Fundamentos da Educação Integral”, é um texto de referência para a formação continuada de secretários de Educação e equipes técnicas de todo o Brasil, orientando a implementação de políticas de educação integral em âmbito nacional, conforme explica a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia de Hortolândia.
A obra de Hortolândia está entre as recomendações de leitura, na seção “Para saber mais!”, dentro do capítulo 2 “Fundamentos da Educação Integral como direito”, no item “A compreensão da cidade como território educativo”. Este conceito é um dos pilares da proposta de Educação Integral, que defende que a aprendizagem deve ir além dos muros da escola, integrando-se à vida e aos espaços da comunidade.
Saiba mais sobre o livro recomendado
O livro “Território de Saberes e a Escola-Outra” resulta de um processo formativo que envolveu profissionais da Educação e professores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Essa formação foi viabilizada a partir de um Acordo de Cooperação assinado em 2021 entre a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia da Prefeitura e o Departamento de Educação da Universidade. Os artigos foram elaborados por educadores(as), professores(as) e gestores(as) da rede municipal durante a produção dos TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) da pós-graduação, bem como por docentes da UFSCar, responsáveis pelas disciplinas da Especialização.
A coletânea, organizada pelo Prof. Dr. Flávio Caetano da Silva, da UFSCar, pelo Prof. Dr. Roberto Marcos Gomes de Onófrio e pela Profa. Fabiana da Silva Santos Rodrigues, ambos profissionais da rede municipal de ensino, reúne ao todo 13 artigos, sendo 10 de autoria de profissionais da Educação de Hortolândia e oito de professores da UFSCar. O prefácio foi escrito pelo secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, Fernando Moraes, e apresenta ao leitor o contexto e o significado desse esforço colaborativo entre Universidade e Secretaria. A coletânea, no formato de e-book, com 286 páginas, pode ser acessada neste link.
Para o diretor do Departamento de Pedagogia e Formação Continuada, Aparecido Donizeti Chagas de Faria, a inclusão do livro neste contexto significa que a prática e a reflexão dos educadores de Hortolândia sobre como transformar o bairro e a cidade em um ambiente de aprendizagem estão sendo apresentadas como um exemplo valioso para outros municípios brasileiros.
“Ao destacar uma obra que nasce da experiência dos profissionais de Hortolândia, o MEC não só valida um conceito, mas reconhece a cidade como um polo de inovação e produção de conhecimento pedagógico”, avalia Donizeti Faria.
“É um orgulho imenso ver a produção coletiva de nossos profissionais de educação reconhecida nacionalmente. Este livro é fruto do chão da escola, da prática diária e da nossa crença de que a educação se constrói em diálogo com o território. Ser referência para o Brasil mostra que estamos no caminho certo”, afirmou o secretário de Educação Ciência e Tecnologia, Fernando Moraes.
O Programa “Escola em Tempo Integral” visa apoiar a ampliação da jornada escolar com foco no desenvolvimento dos estudantes em suas múltiplas dimensões. A referência ao e-book pode ser encontrada na página 14 do material, no box de indicações de leitura “Para saber mais!”.
Programa de Educação Integral
Hortolândia também participa do Programa de Educação Integral. Na cidade, esta modalidade de ensino beneficia mais de 5 mil crianças, matriculadas em 18 escolas próprias, onde a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia oferece o chamado primeiro ciclo do Ensino Fundamental (do 1º ao 5º ano). Nestas unidades, no período oposto ao das aulas regulares, estudantes com idades entre seis e 11 anos de idade, aproximadamente, participam de atividades artísticas e culturais, esportivas, de lazer e cidadania e até mesmo de reforço escolar.

A ideia é contribuir para que a criança se desenvolva em diferentes dimensões. Para tanto, o programa disponibiliza cinco componentes educacionais: Orientação de Estudos; Convivência e Afetos; Artes Integradas; Práticas Corporais e Musicalização. Além disso, os alunos inscritos também podem participar do PFCA (Programa de Fortalecimento de Aprendizagem – Saberes em Foco), que busca auxiliar estudantes a superar desafios encontrados ao longo de seu processo de escolarização.
O programa de Educação Integral está alinhado com os princípios e fundamentos do Currículo Municipal – Integra Saberes. Este destaca a importância de uma abordagem abrangente, reconhecendo que a formação humana integral é complexa, envolvendo várias dimensões, como intelectual, física, emocional, social e cultural. Essa abordagem está alinhada com a visão de formação apresentada na BNCC de 2018, que reconhece todas as crianças como seres plenos de direitos, capazes de aprender e se desenvolver.