Armadilhas contra Dengue colocadas em Hortolândia são eficazes para eliminar o mosquito

Este é o principal resultado obtido pela UVZ, órgão da Prefeitura, após o primeiro monitoramento feito em casas da região do Jd. São Sebastião que receberam os artefatos

As armadilhas contra o Aedes aegypti são eficientes para eliminar o mosquito. Esse é o principal resultado obtido pela Prefeitura durante a primeira visita de monitoramento às casas que receberam os artefatos no Jardim São Sebastião, realizada, em abril, pela UVZ (Unidade de Vigilância de Zoonoses), órgão da Secretaria de Saúde.

De acordo com o veterinário do órgão, Evandro Alves Cardoso, todas as armadilhas instaladas foram monitoradas. Nas visitas, as equipes do órgão encontraram larvas vivas do inseto em 90% das armadilhas.

“Isso é bom! É sinal que as armadilhas funcionam e que estão atraindo a fêmea do Aedes aegypti. Ela deposita os ovos na água parada dentro do balde que compõe cada armadilha. E muito provavelmente ela está se contaminando com o larvicida que tem na armadilha”, destaca o veterinário.

As larvas vivas encontradas pelos agentes da UVZ foram recolhidas e levadas para o laboratório do órgão. As larvas foram então colocadas em outro tipo de armadilha, chamado armadilha de desenvolvimento, que consiste em potes com água dentro.

“Ao colocarmos as larvas vivas dentro dessas armadilhas, nós as observamos para ver se elas iam se desenvolver. Nós tivemos 100% de eficácia. Ou seja, nenhuma das larvas vivas encontradas nas armadilhas colocadas nas casas de moradores do Jardim São Sebastião não se desenvolveram. E em torno de 15 dias estavam mortas, sinal que se contaminaram com o larvicida da armadilha e não iriam mesmo se desenvolver, caso continuassem ali no ambiente. Portanto, o larvicida da armadilha é eficiente, e com isso já está diminuindo o número de possíveis mosquitos ativos, voando por aí”, salienta Cardoso.

Ainda de acordo com o veterinário, a previsão é que o monitoramento seja realizado pelos próximos seis meses.

No entanto, o veterinário é cauteloso, e reitera que o impacto na diminuição do número de casos de Dengue e demais arboviroses e na diminuição da infestação do Aedes aegypti só deverá ser verificado dentro de três meses.

“É importante ressaltar que veremos resposta nos próximos meses e que é importante a continuidade do trabalho. A população precisa nos ajudar, aceitando a vistoria dos agentes uma vez por mês. Novas metodologias estão sendo criadas, e a utilização delas deve ser a saída para que possamos reduzir o número de casos de Dengue. Por isso, reforçamos a importância do auxílio da população nessas novas estratégias”, salienta o veterinário.

Nas visitas de monitoramento, as equipes da UVZ conversaram com os moradores que receberam as armadilhas em suas casas para avaliar como está a situação.

Outra ação importante que as equipes fizeram nas visitas foi a troca da tela que compõe cada armadilha. As telas estão impregnadas com micropartículas de larvicida. A substância inibe o crescimento das larvas que são depositadas pela fêmea do Aedes aegypti no balde com água, que é a armadilha. O veterinário ressalta que a troca da tela será feita uma vez por mês.

As micropartículas de larvicida aderem no corpo da fêmea do Aedes aegypti. Com isso, o objetivo é fazer com que a fêmea dissemine o larvicida em outros criadouros onde ela for depositar mais ovos.

O QUE É O PROJETO?

O projeto-piloto de armadilhas contra Aedes aegypti foi desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição vinculada ao Ministério da Saúde, órgão do governo federal. A implantação do projeto-piloto é feita em âmbito nacional.

De acordo com o Ministério da Saúde, o projeto consiste em colocar estações disseminadoras de larvicida (EDLs). As estações são baldes com água e telas de feltro. As telas estão impregnadas com larvicida.

Por ser um projeto-piloto, a UVZ ressalta que as armadilhas foram colocadas somente em algumas casas do Jardim São Sebastião. O bairro foi escolhido por ser uma região com grande número de casos de Dengue.

Hortolândia recebeu do governo federal 600 armadilhas. No entanto, a UVZ ressalta que instalou 365 armadilhas. Nem todas foram colocadas. Uma parte delas fica guardada como reserva técnica, para serem usadas caso seja necessário trocá-las. A UVZ instalou as armadilhas em março deste ano. Também em março, os agentes da UVZ receberam treinamento sobre as armadilhas.

BUSCA ATIVA E NEBULIZAÇÃO

Em paralelo às armadilhas, a Prefeitura de Hortolândia segue com as ações semanais de eliminação do Aedes aegypti. Nesta semana, os agentes fazem buca ativa nos bairros Jardim Adelaide e Jardim Santa Izabel. Já a região do Jardi mSanta Clara do Lago recebe nebulização.

De acordo com a UVZ, Hortolândia registra este ano 15.331 casos notificados de Dengue, dos quais 4.816 casos positivos, três óbitos confirmados e quatro óbitos em investigação. Já de Chikungunya são 14 casos notificados, sendo dois casos positivos e 11 casos em investigação. Este ano, o município ainda não registra nenhum caso de Zika.

TESTE RÁPIDO E VACINAÇÃO

Outra ação preventiva da Prefeitura de Hortolândia é a oferta de teste rápido aos moradores para detecção de Dengue.O município também mantém a vacinação contra a doença. Em Hortolândia, o imunizante está disponível nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). A aplicação é feita diariamente, das 7h30 às 15h30.