Festa literária da Prefeitura leva cerca de 80 mil pessoas ao Pq. Dorothy

Literalendo 2025, que aconteceu neste domingo (25/05), teve shows, exposições e muitas atrações gratuitas para crianças e toda a família

Domingo (25/05) foi dia de festa em Hortolândia. Festa para celebrar a literatura e a cultura brasileiras e convidar crianças, jovens e adultos de todos os cantos da cidade a ingressar no mágico mundo do “O livro e seus encantos”. 

Foi assim a quarta edição do Literalendo, que levou ao Parque Socioambiental Irmã Dorothy Stang, no Jd. Nossa Senhora de Fátima, cerca de 80 mil pessoas ao longo do dia, segundo dados da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia. O evento faz parte do “Hortolendo”, política pública municipal, que, há 15 anos, busca incentivar a leitura na cidade. Promovido pela Prefeitura, o evento também faz parte  dos festejos pelo aniversário de 34 anos de Hortolândia.

A programação ofereceu aos visitantes uma série de atrações artísticas e culturais, de lazer e entretenimento gratuitas e para todas as idades. Tinha pula-pula; escorregador; pintura de rosto e balões coloridos; cantinhos de leitura espalhados pelo parque; contação de histórias com os professores e contadores Solange Cachimiro e Aldo Moura e também com a Associação Griots, de Campinas; personagens de contos de fadas e histórias consagradas, como a de “Alice no País das Maravilhas”, passeando pelo espaço e tirando fotos com os visitantes; 10 tendas temáticas, organizadas por gênero textual (contos, poesias, crônicas, bilhetes, fábulas, lendas, biografias, entre outros), expondo as atividades elaboradas com tanto capricho pelas crianças e demais estudantes das  unidades escolares da rede municipal de Hortolândia; oficina de educação para o Trânsito, com a equipe da Secretaria de Mobilidade Urbana; trilha da infância e da adolescência segura, elaborada pelo Núcleo Educacional Multidisciplinar com o apoio de estudantes de Psicologia do UNASP (Centro Universitário Adventista de São Paulo); além das atrações permanentes do Parque, como a exuberante vegetação, o lago de água cristalina, os playgrounds e a Casa Sustentável – uma casinha de sapé como as do tempo dos nossos avós.

“Está bem divertida, com bastantes atrações para as crianças. Muito legal! Não conhecia o parque. Vou vir aqui outras vezes. É uma ótima ideia essa política pública, faz com que incentive mais a leitura, tanto entre os pais como para as crianças”, observou a repositora Elaine Ferraz, de 29 anos, que aguardava a vez de a filha Melissa, de 3 anos, estudante da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Santa Clara, enfeitar o rosto na tenda da pintura.

Um dos destaques da festa ficou por conta da tenda de distribuição de aproximadamente 40 mil livros, que fez a alegria de muitos visitantes. Alguns nem conseguiram esperar para chegar em casa e mergulhar na leitura. Foi o caso de Lucca Cucciolli, de 6 anos, que sentado no quintal da Casinha Sustentável, ouvia atento a mãe Bibiana Cucciolli, de 42 anos, ler para ele a história d’“O Pequeno Peixe Branco”. 

“Gostei bastante da festa, principalmente por incentivar as crianças a lerem, num tempo como hoje em que o pessoal só usa celular e telas.  São livros muito bacanas para a idade deles e é bom estimular as crianças à leitura. Em casa, temos esse hábito, desde a minha bisavó. Antes de dormir, a gente lê”, afirmou Bibiana, que participava do Literalendo pela primeira vez. 

Afinal, como voltar para casa sem conhecer também a história d’”A Girafa que Comeu a Lua”? Ou de quem é “A Cinderela dos Cajueiros”? Ou mesmo as aventuras do “Vira-Lata Caramelo ? Segundo os organizadores, foram selecionados para distribuição 20 títulos diferentes, publicados pelas editoras Elo e Roda & Cia, voltado a leitores infantojuvenis.

O técnico de celular Douglas Cristiano de Carvalho, de 34 anos, trouxe toda a família para curtir a festa: a esposa Sheila Maria e os três filhos: Cecília, de 1,1 ano; Vitório, de 3 anos e Olavo, de 5 anos, estudante da Emei Nossa Senhora de Fátima. Naturais de São João da Boa Vista, eles residem em Hortolândia há apenas seis meses e estão encantados com a iniciativa. “É bem legal! Fantástico. Nunca vi isso em outro lugar. É diferente a Prefeitura oferecer estas atrações: exposições, fotos com personagens, pegar os livros, pintura de rosto, artistas. Sempre que tiver, virei”, afirmou ele, hoje morador da Vila Ricardo.

Além do cantinho da foto, outro ponto de destaque foi a exposição “Varal étnico ancestral”, com 30 trabalhos autorais, feitos por professores de Arte da rede municipal de educação. Os panôs artísticos, feitos sobre algodão cru, com uso de tinta, sementes, miçangas e acabamentos manuais, estavam pendurados como em um varal, entre as árvores. As obras, que buscam promover o letramento racial e a aplicação da Lei 11.645/08, expressam a ancestralidade, a diversidade e a força cultural dos povos originários e afrodescendentes. A lei estabelece o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.

Pelo palco principal passaram as esperadas atrações musicais. Por volta das 14h30, se apresentou a cantora Ana Cañas. Ela interpretou clássicos do cearense Belchior, como “Velha Roupa Colorida” e “Sujeito de sorte”; sucessos da MPB de épocas variadas, como “O Mundo é um moinho”, de Cartola; “Perigosa”, hit com o grupo “As Frenéticas” e “Pra você guardei o amor”, de Nando Reis; além de canções autorais do novo show “Vida Real”. Fechando o evento, para a alegria da criançada, teve o show da dupla de palhaços “Patati e Patatá”, que atraiu inúmeros fãs.

No período da tarde, após a apresentação de Canãs, ao lado da primeira-dama Maria dos Anjos Assis Barros, o prefeito José Nazareno Zezé Gomes passou pelo evento e cumprimentou a população. 

“A leitura faz parte do nosso dia a dia. Principalmente hoje, com a questão virtual, temos que passar isso para as nossas crianças.  O saber é coisa da vida de cada um,  que ninguém tira. A Secretaria de Educação tem feito um trabalho brilhante, através dessa política pública. É mais um ano de muito sucesso. Coloquem seus filhos para ler e aprender, porque você só vai ser alguém na vida, se tiver um saber muito grande.  Então, precisa ler,  estar na escola e ter uma participação ativa, tanto dos filhos quanto dos pais”, afirmou Zezé Gomes.

Para o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, Fernando Moraes, o Literalendo é o resultado direto da ação do Hortolendo nas Escolas. 

“O Hortolendo tem como proposta trabalhar a leitura não só no ambiente da escola, mas envolver as famílias. Por isso a gente fez essa mudança de dinâmica. O Hortolendo voltar para o seu escopo original, que foi idealizado pelo nosso sempre querido e saudoso Ângelo Perugini: a escola,  dentro do seu mundo, do seu organismo vivo, trabalhando a leitura nos eixos transversais da aprendizagem da criança e a família sendo também parceira nessa construção. O Literalendo é uma festa para cidade, que reúne tudo aquilo que foi construído durante a semana no Hortolendo. O Literalendo é uma festa da literatura, com música, com diversão, para a família vir brincar no parque, com atrações para todos os públicos, para os pais, para as crianças. Para nós, tem uma importância fundamental, porque construímos aqui na educação de Hortolândia, tendo o livro, a leitura e seus encantos como um eixo pedagógico permanente”, destacou Moraes.