Palestra mostra papel da água na história de Hortolândia

Evento online, nesta sexta-feira (21/03), encerra programação que celebra Dia Mundial da Água

Cerca de 90 pessoas, dentre elas servidores municipais, professores e estudantes acompanharam, na manhã desta sexta-feira (21/03), a palestra sobre “Água e mudanças climáticas: preservação dos recursos naturais”, ministrada pelo diretor de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ricardo Zanoni. O evento, realizado em parceria com a Escola de Gestão da Secretaria de Administração e Gestão de Pessoal, encerrou a programação especial da Prefeitura para celebrar o Dia Mundial da Água, que acontecerá neste sábado (22/03).

Zanoni citou a Declaração Universal dos Direitos da Água, aprovada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 22 de março de 1992, para destacar o direito à água como um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida. 

“A água faz parte do patrimônio do planeta. […] A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. […] A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. […]”, afirma o documento. 

Em seguida, abordou o papel preponderante deste recurso natural na história político-administrativa de Hortolândia. É que a falta de água, no início dos anos de 1980, foi um dos fatores a mobilizar a comunidade em lutas por melhoria político-social, que culminaram na emancipação do antigo distrito de Sumaré, em 1991.

“A luta pela água se estendeu por décadas até que, em 1991, se deu a emancipação. Em 1997, inaugurou-se a 1ª ETE-Sabesp (Estação de Tratamento de Esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) no bairro Vila Real. Foi dada prioridade para a captação da água, captando-a do rio Jaguari, em Paulínia, e garantindo seu abastecimento. Hoje, 100% da população é atendida com excelência. Hortolândia alcança números expressivos no fornecimento de água e se torna hoje reconhecida como modelo em saneamento básico, com 100% de esgoto tratado”, ressaltou o diretor.

Com o foco em ser uma “Cidade Inteligente e Sustentável”, Hortolândia vem avançando na questão ambiental e da sustentabilidade, implementando políticas públicas reconhecidas tanto na área de arborização urbana, preservação dos recursos naturais e combate às queimadas, quanto na destinação correta de resíduos, com vistas a minimizar o impacto das mudanças climáticas e ampliar qualidade de vida dos munícipes. Uma delas é o Programa de Arborização Urbana, que garantiu o plantio de cerca de 80 mil novas árvores de 2017 até agora. Outra é o Programa de Eficientização Energética, de produção de energia limpa pela captação e transformação da energia solar, em 21 usinas fotovoltaicas. Segundo estudos da Secretaria de Planejamento Urbano e Gestão Estratégica, a medida gera uma economia de R$4 milhões/ano aos cofres públicos.

Espaço Sustentável

Durante o evento, Zanoni afirmou ainda que a Prefeitura pretende implantar no Novo Paço Municipal, localizado na região do Jd. Novo Ângulo, um “Espaço Sustentável” para coletar materiais reaproveitáveis e recicláveis. Segundo o Departamento de Fiscalização e Licenciamento, este espaço a ser implantado no térreo do prédio, entre o refeitório e o estacionamento dos secretários, em meados de abril, terá baias para coleta de tampinhas plásticas, eletroeletrônicos, pilhas, baterias e garrafas plásticas do tipo PET. Atualmente, já existe um LEV (Local de Entrega Voluntária), contêiner verde para coleta de materiais como  papel, papelão, vidro e vidro, em frente à entrada principal do “Palácio dos Migrantes”. 

“Quando falamos em sustentabilidade, o exemplo precisa começar na ‘Nossa Casa’. Por isso, estamos implantando o Espaço Sustentável aqui no Paço Municipal, com objetivo de sensibilizar e incentivar os servidores municipais a práticas ambientais importantes não só para nós, mas para as futuras gerações”, afirmou a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Eliane Nascimento. 

Celebrando a água

Na terça-feira (18/03), abrindo a programação da “Semana da Água 2025”, cerca de 120 crianças visitaram a nascente “Vila Verde”, durante o lançamento do Projeto “Conhecendo Nossas Nascentes”. Na quarta (19/03), a Administração Municipal realizou  palestras  sobre “Água e Mudanças Climáticas”, pela manhã e à tarde, na EE Paulo Camilo, voltadas à comunidade escolar. Na quinta (20/03),  estudantes municipais, ambientalistas e servidores públicos “abraçaram” a lagoa do Parque Socioambiental “Cuiabá” Oriovaldo Querino da Silva, no Jardim São Bento. e, finalmente, nesta sexta (21/03),  aconteceu a palestra online sobre “Água e mudanças climáticas: preservação dos recursos naturais”. O conteúdo está disponível no canal da Escola de Gestão no YouTube.

Confira na íntegra o texto da “Declaração Universal dos Direitos da Água” (ONU/1992) 

1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.

2. A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.

3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

5. A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

6. A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

8. A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.